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Foto do escritorIvan Bezerra

Marajó - PA comemora publicação do registro da Indicação de Procedência para Queijo de Búfala


Queijo do Marajó tem registro de Indicação Geográfica. Imagem: Fernando Sette
Queijo do Marajó. Imagem: Fernando Sette

O registro da Indicação Geográfica da espécie Indicação de Procedência (IP) do Queijo de Marajó foi publicado na Revista da Propriedade Industrial Nº 2620 do Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI desta terça-feira, 23 de março de 2021.


É o resultado de um processo iniciado em 29 de dezembro de 2018, dia do depósito do pedido junto ao INPI, feito pela Associação dos Produtores de Leite e Queijo do Marajó - APLQMarajó.


A IP Marajó compreende os municípios de Chaves, Soure, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, Ponta de Pedras, Muaná e Cachoeira do Arari, que fazem parte da base territorial do Arquipélago do Marajó, mais especificamente nos chamados Campos do Marajó, Microrregião do Arari, Mesorregião Marajó, no Estado do Pará.


O queijo de búfala


Preservando uma receita secular da Ilha do Marajó, no Estado do Pará, a técnica de produção artesanal do Queijo do Marajó é única no mundo, especialmente porque utiliza, em sua fabricação e derivados 100% de leite de búfala, além de ser coalhado naturalmente, sem a adição de conservantes.


Assim como outros tipos de queijos que envelhecem espontaneamente na prateleira, o Queijo do Marajó – que é produzido de duas formas: manteiga e creme – não é maturado. O primeiro tipo é o mais comum.


Sua produção está diretamente ligada aos fatores históricos da Ilha do Marajó, mas com o passar dos anos, foi possível aprimorar os métodos de produção.


O produto traz um sabor único ao paladar e, com ele, o resgate da tradição, valores e costumes da região.

Rebanho de bubalinos da Fazenda São Victor conta com 300 búfalas que fornecem, em média, sete litros de leite destinados à produção de um quilo de Queijo do Marajó. Foto: Divulgação F.S.V.
Rebanho de bubalinos da Fazenda São Victor. Foto: Divulgação F.S.V.

A origem

Ordenha é feita manualmente. Foto: Divulgação F.S.V.
Ordenha é feita manualmente. Foto: Divulgação F.S.V.

A tradição do Queijo do Marajó tem mais de dois séculos de história. Fazendeiros portugueses e franceses que se estabeleceram na Ilha do Marajó produziam queijo com leite de vaca, mas com o passar do tempo e com o rebanho bubalino cada vez maior, no Brasil, o produto passou a ser exclusivamente fabricado a partir do leite de búfala.


Todas as etapas de produção artesanal são muito importantes para a conservação das características do laticínio, a exemplo da textura, consistência, e principalmente, do sabor da iguaria marajoara. O leite é filtrado e desnatado, fermenta naturalmente e, após retirada do soro, a acidez é reduzida com hidratação, aquecimento e compactação, um processo que pode ser repetido até quatro vezes. Assim, o queijo ganha consistência e cor únicas.

De forma natural, o leite é desnatado e fermentado pela ação de bactérias do ar por 24h, até virar uma coalhada. Foto: Divulgação F.S.V.
De forma natural, o leite é desnatado e fermentado pela ação de bactérias do ar por 24h, até virar uma coalhada. Foto: Divulgação F.S.V.

Por fim, é feito o resfriamento e a moagem da massa, um processo de trituração. Nesta etapa, é acrescentado o creme do próprio leite retirado no desnate e toda massa é agitada até ganhar a consistência elástica própria do Queijo do Marajó.


Fonte: INPI | A Lavoura

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